Inventário Florestal – Itens Obrigatórios
O Inventário Florestal possui itens obrigatórios para que seja realizado.
Você ainda tem dúvidas sobre quais são os itens obrigatórios dentro de um inventário Florestal?
Então vamos conferir aqui quais são os seis tópicos que não podem faltar nos seus relatórios.
O inventário é uma atividade que Visa obter informações qualitativas e quantitativas dos recursos florestais presentes em uma determinada área.
É um termo bem abrangente, e que qualquer estudo que envolva a árvore é considerado um inventário.
A única coisa que é marca registrada de um inventário florestal raiz é a representatividade amostral e a validade estatística no estudo.
Vale lembrar que inventário de áreas pequenas com poucas árvores, pode ser feito por meio de Senso, ou seja, do levantamento de todas as árvores e não pelo estabelecimento de parcelas.
Basicamente o inventário pode ser realizado por duas razões:
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Com o Objetivo Estratégico
Esse tem objetivos para atender políticas públicas, ou seja, quando o estado, o município, até mesmo a Federação desejam estabelecer alguma norma que necessite de dados sobre os recursos florestais em determinada região.
Como exemplo nós temos o primeiro inventário Florestal Nacional realizado em 1980 pelo antigo Instituto Brasileiro de desenvolvimento Florestal IBDF.
Esse tipo de inventário pode ser muito útil para o desenvolvimento de zoneamentos ambientais, como o Zoneamento Ecológico Econômico.
Esse documento visa otimizar o uso dos recursos ambientais e humanos do estado priorizando a conservação do meio ambiente, e a manutenção dos serviços ecossistêmicos.
Ele utiliza as potencialidades e as fragilidades de cada região para delimitar zonas específicas que demonstram o que se pode ou não realizar em determinada região com base na atividade econômica.
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Com Objetivo Tático
Na grande maioria eles visam levantar dados da vegetação de maneira mais específica dependendo é óbvio do objetivo principal do seu contratante
Esse inventário florestal pode visar a quantidade de madeira e lenha, quando alguma empresa procure áreas para exploração dos recursos madeireiros.
Outra função é que priorize a diversidade de espécies e a fitossociologia buscando classificar o estado sucessional da vegetação presente.
Exemplo: Em algum terreno que será alvo de algum novo empreendimento.
Nesse caso a classificação sucessional irá demonstrar por parâmetros estabelecidos em lei se aquela vegetação pode ser suprimida.
Caso ela possa ser suprimida o que deverá ser feito em compensação deste impacto.
Impacto ambiental é o que mais resulta nesse tipo de inventário sempre quando algum empreendimento tem potencial de causar danos ao meio ambiente.
No licenciamento ambiental é imprescindível conhecer muito bem como é a vegetação para que os impactos possam ser mensurados e posteriormente compensados, mitigados ou evitados.
Agora que vocês já sabem o que é um inventário Florestal vamos tentar entender quais são os seis tópicos principais que um estudo desse tipo deve abordar.
Inventário Florestal – Principais Tópicos
1. Registro Fotográfico
Você terá que tirar foto de pelo menos um representante de cada espécie que entra no inventário,
E caso sejam muitas espécies, você tira apenas daquelas principais.
As fotos devem demonstrar características fundamentais para que a foto seja fácil de diferenciar qual espécie você tá retratando.
Evite tirar foto de longe, sem detalhes, com baixa qualidade, e principalmente contra a luz.
Dê preferência para fotos de flores e frutos ou características que mostrem bem o que diferencia aquela espécie das outras presentes na área.
Caso não seja possível encontrar nenhuma dessas características facilmente, podemos utilizar as fotos da casca interna que possuem padrões de textura e cores que ajudam muito na identificação das árvores.
Lembrando que não é para ficar cortando as árvores por aí só para ver como é que é por dentro, existe uma técnica para fazer esse tipo de corte para que os impactos nas árvores sejam os mínimos possíveis.
2. Elaboração do Mapa de Localização das Árvores
Esse mapa é muito importante para mostrar a localização das árvores que são nativas e exóticas.
Normalmente quando existe um adensamento de indivíduos exóticos nós temos um ótimo apontamento do melhor lugar para se realizar o corte da vegetação.
Sempre daremos prioridade por manter as espécies nativas em pé.
É também interessante mostrar no mapa a localização de indivíduos protegidos por lei e ameaçados de extinção.
Isso também ajuda a delimitar futuramente qual será a área de corte buscando, obviamente, como evitar o corte dessas árvores.
Exemplo de mapa para o inventário florestal de Bosque Urbano.
Aqui foi determinado onde se encontram as árvores nativas as exóticas e, como é em Curitiba, onde estão as araucárias.
Esse inventário específico não tinha o objetivo de supressão para a construção mais para realizar o Paisagismo local com base apenas em espécies nativas.
No mapa podemos ver quais são as árvores que serão substituídas pelo fato de serem exóticas.
3. Fitossociologia
Basicamente fitossociologia serve para sabermos quais são as principais espécies na região com base na quantidade de madeira que cada uma representa.
Também com base em quantas árvores existem por espécie.
Exemplo:
– Imagina uma árvore muito alta e também com um tronco extremamente grosso. (Uma Araucária)
– Quando você colocar essa árvore no meio de várias outras, que bem baixinhas e fininhas.
– É muito provável que a fitossociologia demonstre que essa única árvore tem uma importância muito elevada com relação às outras árvores que são fininhas.
– Mas se todas essas outras árvores pequenas e fininhas forem de uma mesma espécie.
– Então você tem um indivíduo de Araucária outras cem aroeirinha em volta e outras 50 árvores de diferentes espécies.
– Nesse caso as aroeirinhas, mesmo sendo baixinhas e fininhas, e por conta da frequência que elas aparecem na área. fará com que a fitossociologia aponte a espécie aroeirinha também como uma importância bem alta.
4. Classificação Sucessional
Quando se classifica o estádio sucessional de uma vegetação, estamos tentando falar se aquela vegetação é: inicial, média ou avançada.
Quando estamos fazendo um inventário para supressão devemos ficar atentos para quais são os parâmetros estabelecidos por lei para que possamos fazer essa classificação sucessional.
Lembrando que cada estado tem a sua própria lei, então antes de ir para o campo, lembre-se de consultar todas as leis pertinentes para não se esquecer de coletar os dados necessários para fazer essa classificação.
Uma em campo, e se esqueça de fazer alguma coisa, vai ser impossível ou muito caro voltar.
Existe uma resolução CONAMA para cada estado determinando quais são os parâmetros sucessionais para determinar o estágio sucessional da floresta.
Se classificarmos uma vegetação como Inicial a liberação da licença de corte será bem mais fácil e a compensação não será tão complicada.
Agora, se a classificação for de uma vegetação avançada, provavelmente você não consiga a autorização para supressão de vegetação nativa.
Por isso é muito importante levar essa classificação a sério, pois qualquer errinho ou omissão, você pode comprometer drasticamente uma floresta inteira.
5. Volumetria de Madeira e Lenha
Os Engenheiros Florestais são treinados para estimar o volume de madeira e lenha que uma árvore ou uma floresta inteira possui.
Por isso o trabalho de campo não serve só para realizar a identificação botânica e contar as árvores.
Uma informação fundamental é a medição do Diâmetro a Altura do Peito (DAP), e a altura das árvores.
Com essas informações e com o uso de várias fórmulas matemáticas podemos fazer a estimativa desse recurso Florestal.
O volume de lenha é importante porque nem toda árvore tem um tamanho suficiente para ser desdobrada em madeira serrada.
Por isso é bem provável que nesse caso, ela seja usada para lenha ou para polpa de celulose.
Calcular a volumetria de uma floresta é um dos motivos pelos quais o curso tem Engenharia no nome.
São cálculos bem complicados e que estão em constante mudança para que a mensuração seja o mais próximo da realidade possível.
Existem as formas mais clássicas, mais são mais ideais para as árvores tortuosas e com poucas ramificações como, por exemplo, eucalipto e Pinus.
Mas mesmo para elas obviamente existem estudos todos os anos para torná-las mais exatas.
Contudo quando tentamos estimar o volume de madeira e lenha de uma árvore Nativa é bem mais complicado.
Complica porque normalmente elas são muito tortas, cheia de galhos e com várias outras características que atrapalham muito nos cálculos.
Um bom livro que ajuda na escolha da melhor fórmula de volume se chama “Compêndio de Equações de Volume e de Afilamento de Espécies Florestais”. (UFPR)
Dentre os autores temos professores Afonso Figueiredo Filho e Sebastião do Amaral Machado.
6. Quantificação e Identificação das Espécies
A quantificação é basicamente a contagem é saber quantas árvores têm naquela região.
A identificação é buscar saber quais são as famílias e espécies que elas pertencem.
A identificação das árvores é a área da dendrometria que não basta apenas ler livros para saber identificar espécies são necessárias muita prática.
A coleta é fundamental, porém é trabalhoso, pois necessita de um ramo, de preferência com flor ou fruto.
Depois deve ser prensada e seca, o que chamamos de exsicata, para que você possa compará-lo com outros guardados em um herbário, então é trabalhoso.
Por isso valorize identificação por si só, esse é um conhecimento muito importante na Engenharia Florestal e consequentemente é extremamente requisitado.
Espero que agora você conheça melhor quais são os tópicos que não podem faltar dentro do seu relatório.
E se você não é da Engenharia Florestal eu espero que você tenha gostado de conhecer um pouquinho mais dessa profissão maravilhosa e super importante.
Essa é uma profissão que está diretamente associado a conservação dos recursos naturais e ao desenvolvimento sustentável.
Caso você necessite de inventários florestal para licenciamento do seu empreendimento é só CLICAR AQUI e entrar em contato.
Poderá ver o vídeo no youtube Aqui